domingo, maio 23, 2010

Nosso estranho amor

Se soubesse que o resultado seria aquele, não teria sugerido ouvir qualquer música durante a viagem. Sentia o constrangimento a crescer sem que pudesse contê-lo, mas desligar o rádio-leitor de cds não parecia muito adequado uma vez que ambos tentavam ignorar a alteração que acontecia no ambiente. Quando a voz de Caetano Veloso pedia "que aceite o meu estranho amor", finalmente, com uma voz rouca desculpou-se e ejectou o cd. Olheio-o. Um par de olhos húmidos fitou-me. O que se diz a um homem feito que se conhece há meia dúzia de horas, de forma estritamente profissional, e cujos olhos grandes, escuros e tristes nos trespassam o coração com tanta dor? Ofereci-lhe um sorriso tímido, de quem partilha mágoas, e sabe que só o tempo as pode amenizar. Sugeri Toranja, mas por azar não me lembrei que aquela sonoridade especial, que tanto gosto de ouvir, poderia ser catártica para quem se encontra num equilíbrio instável. Mais uma vez o cd voou do leitor, mas já era tarde de mais. Não tinha como esconder... as lágrimas brotavam a uma velocidade superior do que aquela a que conseguia limpá-las.

sexta-feira, novembro 17, 2006

A cada vez que ali passo penso: "Será que foi desta vez que nos cruzámos na rotunda...??"
As estradas que partilhamos todos os dias nunca nos aproximam... não te encontro e o vento já não trás o teu sussurro.
As flores murcham e perdem o cheiro...
E a esperança, ...morre?

domingo, agosto 13, 2006

De mãos dadas com a planície

De mãos dadas com a planície,
As tuas mãos com as minhas são assim assim assim...
São assim, assim, assado...

É muito bom estar de volta e poder estar com os amigos de sempre, nem sabia as saudades que tinha deles... Ouvi-os cantar, estão uns homens feitos, já de voz grossa! (E eu a pensar que o crescimento era exclusivo para mim, que os outros iam ficar eternamente com 16 anos, tstststs...)

Ficaram por matar as saudades dos amigos que não vieram hoje... pode ser que nos encontremos amanhã. E daqueles que deixaram de aparecer, mas que eu não esqueço.

Hoje usei um raminho de loendro no cabelo.

terça-feira, agosto 08, 2006

Férias...

Finalmente de finalmente de férias!
Nem sei bem que escrever... estou de férias.
É muito bom porque estou a descansar, a revisitar lugares da minha infância, a aproveitar para fazer as pazes com o passado e curar algumas feridas mais recentes...
Mas continua a faltar-me alguma coisa!

sábado, agosto 05, 2006

Um desabafo

Mas porque é que as pessoas mentem?? Porque é que as pessoas omitem?? Porque é que se fazem passar por aquilo que não são??!!
E porque tenho eu a mania de ser amiga de toda a gente, de não fazer ondas, de ficar na paz?!?! Não teria já idade suficiente para não me deixar enganar?!?!
PORQUÊ??
Porque é que as pessoas teimam em fazer pactos de sinceridade (coisa desnecessária, no meu entender) se fazem o oposto?
Porque é que me sinto tão mal por causa de uma mentira que nem deveria afectar-me?
É simples... é a quebra da confiança! Da que deposito nos outros e, por tabela, da que tenho em mim... Na minha capacidade de discernimento, na minha inteligência tão insultada e enxovalhada. Magoa-me tanto!
Sou incapaz de perdoar a mentira e a omissão. Especialmente as que se referem a factos medíocres, coisas mesquinhas que me ofendem de tamanha a sua pequenez, que acontecem sempre que eu tento ver a parte melhor das pessoas... sempre que procuro amenizar a minha intuição que grita "não vale a pena, essa pessoa não vale o esforço!".
Conclusão: vou ser consigo ouvir melhor as instruções da minha intuição.
Reflexão: como boa cristã e boa pessoa também devia tentar perdoar a fraqueza das pessoas... mas esse teste ainda não consegui passar.

Nota positiva: estou melhor da lombalgia.

quarta-feira, agosto 02, 2006

Só coisas que me atormentam!

Estou que não posso! Já pensei em beber uma Frize, mas para ficar na mesma talvez não valha a pena...
Há já algum tempo que sofro de lombalgias, mas não era nada que uns 400-600 mg de ibuprofeno e umas horinhas de repouso não resolvessem. Mas desta vez a coisa está um niquinho pior. Ontem tive de recorrer a relaxantes potentes mais uma tardada inteirinha de molho! O resultado? Parece que bebi uma Frize... Estou na mesma!
Hoje vou ao médico.

Aguardam-se mais desenvolvimentos

terça-feira, julho 25, 2006

Na quinta-feira fui ver os veleiros.
Cheguei já tarde. No gemido dos cordames e no canto das bandeirolas que os engalanavam a tua voz chegou até mim: o vento tocou-me o cabelo a levantá-lo e ouvi-te murmurar "Estou aqui!"
Procurei-te em cada rosto, em cada voz... vi-te em todas as pessoas q se cruzaram comigo, mas no fim da noite, depois de ter dado a volta completa ao porto encontrei-me sozinha. O vento amainara, a tua voz já não me alcançava. Mas eu sei que estás aí.
O vento, sempre o vento... que está por toda a parte, que trás e leva os sons.
Eu ouço-te na brisa da tarde, sinto na pele os teus cites silenciosos dos dias quentes de tenta.
A saudade volta a apertar-me o peito e a voz perde-se na garganta, quero chamar-te e não consigo...
Mais uma vez repito o ritual: limpo a lágrima que corre teimosa e ajeito as flores do cabelo.
Hei-de encontrar-te!