terça-feira, julho 25, 2006

Na quinta-feira fui ver os veleiros.
Cheguei já tarde. No gemido dos cordames e no canto das bandeirolas que os engalanavam a tua voz chegou até mim: o vento tocou-me o cabelo a levantá-lo e ouvi-te murmurar "Estou aqui!"
Procurei-te em cada rosto, em cada voz... vi-te em todas as pessoas q se cruzaram comigo, mas no fim da noite, depois de ter dado a volta completa ao porto encontrei-me sozinha. O vento amainara, a tua voz já não me alcançava. Mas eu sei que estás aí.
O vento, sempre o vento... que está por toda a parte, que trás e leva os sons.
Eu ouço-te na brisa da tarde, sinto na pele os teus cites silenciosos dos dias quentes de tenta.
A saudade volta a apertar-me o peito e a voz perde-se na garganta, quero chamar-te e não consigo...
Mais uma vez repito o ritual: limpo a lágrima que corre teimosa e ajeito as flores do cabelo.
Hei-de encontrar-te!